As aventuras de Capitão Davi Resplandes
Eis que falo de meu neto.
Eu nasci em 25 de maio de 1958, em um dia de domingo... Ele nasceu em 18 de maio, 54 anos depois, numa sexta-feira. Daqui há catorze anos ele atingirá a maioridade... Será absolutamente capaz, senhor de seus atos civis e criminais, segundo a legislação brasileira. Quiçá, até possa ser advogado dessas causas de nossa sociedade, a exemplo de seu avô, tia Mariza e alguns primos. Quem poderá dizer que não? Ou que sim? O futuro pertence a ele e já sendo construído pelas linhas curvas desses quatro primeiros anos de sua existência.
O homem sempre teve motivos para litigar, se desentender com seu semelhante e, dessa forma, tem assegurado a sobrevivência de uma das mais antigas profissões, a do doutor da lei, o advogado e suas derivações, tantas são as possibilidades para o bacharel em Direito.
Divagações à parte, o "Capitão" é o cabeça. A palavra é derivada do latim "caput".
Meu neto já é um cabeça das gerações de seu tempo. É criativo, desprendido, inteligente e muito perspicaz. Deitado ao meu lado, enquanto assistíamos um desenho do Tarzan, na televisão, ele me disse: "vovô, eu já estou quase adulto, não é mesmo!"
Disse-lhe: Quase, meu neto! Quase! E o vovô já é quase uma criança, completei.
Mas nossa conversa sobre o "adulto" não parou ali. Falei para ele que não tivesse pressa de se tornar adulto e que aproveitasse bastante as oportunidades que ele têm e terá como criança. Mas ele insistiu em dizer: "eu quero ser adulto"!
Mas nossa conversa sobre o "adulto" não parou ali. Falei para ele que não tivesse pressa de se tornar adulto e que aproveitasse bastante as oportunidades que ele têm e terá como criança. Mas ele insistiu em dizer: "eu quero ser adulto"!
Triste sina da descendência de meu pai. Quando estava com catorze anos, morando no setor Bela Vista, na Rua S-4 nº. 781, em Goiânia, estado de Goiás, também me sentia um adulto, embora gostasse de brincar com outros adolescentes de minha idade de "Salva Cadeia", "Bete", "Bolita", "Queimada" e outras brincadeiras daquele tempo, hoje substituídas pelos videos games e outros jogos eletrônicos. Naquela época, eu tinha grande satisfação em conversar com meu cunhado Osvaldo Gomes dos Santos, esposo de minha irmã Luzia de Freitas Coêlho, hoje divorciado dela.
Osvaldo era jornalista provisionado. Escreveu no Jornal 5 de março e em outros jornais daquela época. Eu o admirava bastante. Falava-lhe de minha vontade de escrever também. E então ele me dizia que eu tinha de ler e escrever bastante, porque uma coisa estava ligada à outra. E foi o que eu fiz ao longo dos anos que se passaram. Li e escrevi bastante. E ainda é o que eu mais gosto de fazer.
Fernando Resplandes, meu filho mais velho, pai de Davi, também foi uma criança adulta. Não porque eu o tenha privado de sua infância, mas sua conversa e suas atitudes eram as de uma pessoa adulta. Ele conversava com gente grande, como se fosse gente grande. Ainda me lembro de ouvir meu pai, o carreiro Marcelino Argemiro de Sousa, na sua fase final da vida, como comerciante, em Aparecida de Goiânia, estado de Goiás, a responder-me quando lhe perguntei como estava o meu menino, se não estava dando trabalho ou coisa assim. Fernando estava estudando em Goiânia. Então meu pai me disse com ênfase: "Menino! Fernando é um homem, meu filho!"
Toda vez que me recordo dessa frase de meu pai, eu me emociono. Mas o que ela vem provar, no contexto dessa digressão é que Davi teve de onde puxar, pois tanto o pai, quanto o avô foram adultos desde criança, mas nunca deixaram de ser crianças. É isso que também espero que aconteça com o Capitão Davi Resplandes.
Sei que Davi será um cabeça, um capitão que exercerá liderança em seu tempo. Disso não tenho dúvidas. E, sabendo disso, também quero deixar-lhe como legado, boas lembranças de seus tempos de criança, quando já demonstrava os sinais de ser um homem de comando e de luta, um guerreiro, um conquistador audaz dos novos tempos desse século XXI. Inclusive, me disse ele enquanto passava uma cordinha em volta da cabeça que quer ser um lutador.
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