quinta-feira, abril 01, 2010

O quarto filho

Ricardo e a mãe no café da manhã de 01/04/2010

Goiânia, GO, 01 de abril de 2010, 16 h

Queridos irmãos...
Queridos amigos.

Ricardo dorme um sono tranquilo, que o livra das dores no corte cirúrgico. A cabeça está desinchando, mas ainda não consegue abrir o olho direito. Desde cedo, o maior problema tem sido a sua alimentação. Ele sente dificuldades de mastigar. A cabeça dói; pontadas agudas, toda vez que ele tenta comer. Insistimos como ele para que coma. Ameaçamos dizer ao médico que ele não está se alimentando, para que ele determine nutrição injetável. Então, coitado do meu filho, ele se esforça para comer alguma coisa. No café da manhã, insisti com um iogurte, só um... Ele não queria comer nada. Mas, ante a nossa exigência, ele comeu. E depois de alguns minutos, vomitou. No almoço foi a mesma coisa. Ele comeu duas colherinhas de alimento e deu vômitos. Lá se foi o resto do iogurte. Esperamos um pouco e insistimos no almoço. Então, diante da minha muagem, ele comeu mais algumas colherinhas. Bebeu meio copo de água. Ficou um pouco sentado e depois voltou para a cama. Dormiu. Na hora do lanche das três horas, ele comeu uma rosca. Comeu tudo, mas não bebeu nada. E voltou a dormir.

Durante o dia recebemos visitas de famíliares aqui de Goiânia. O Promotor de Justiça Adalto Barbosa, filho de Poxoréu, que trabalha no Estado do Amapá, também esteve nos visitando. Conversamos bastante. Também recebemos muitos telefonemas de pessoas de Poxoréu.

Aqui tem chovido bastante. Para nós, essas gotas que têm caído dos céus, são bênçãos divinas: orações respondidas, distâncias diminuídas, amizades reforçadas, solidariedade reafirmada, sensibilidade desenvolvida. A vida para nós aqui tem sido facilitada, porque muitas pessoas estão tornando isso possível. Ansiamos pelo nosso retorno ao Mato Grosso, quando esperamos trabalhar arduamente em favor de todos os que nos tem acompanhado nessa jornada em prol da vida de Ricardo. Servir com entusiasmo, na fé e na razão àqueles com os quais convivemos: eis a missão de um homem abençoado como eu. Eu já recebi muitas coisas boas nesta vida, como por exemplo o nascimento dos meus três filhos. Mas hoje eu me sinto como se tivesse ganho de Deus um quarto filho. As palavras de Dr. Walter: "eu não sei como esse menino ainda não está completamente paralisado", ditas um dia antes da cirurgia, me deram a dimensão exata da gravidade do caso. E mesmo angustiado com a possibilidade da morbidade, decidi confiar em Deus e enfrentar a cirurgia. Acreditava que Deus conduziria o processo. E foi isso que aconteceu. Apreciei a atitude humilde do médico, o qual, apesar de ser um dos expoentes da neurocirurgia no Brasil, não foi arrogante para se colocar no lugar de Deus, mas nos disse que Deus haveria de abençoar para que tudo desse certo. E é por isso que choveu gotas benditas sobre esse hospital.

É claro que a convalescença é uma fase desagradável, talvez até mais do que a cirúrgica. Mas agora, acreditamos que o perigo passou e que a recuperação total é apenas uma questão de tempo. Nossos pedidos de oração é para que Deus conceda ao Ricardo a paciência,a calma e a vontade de se restabelecer. Quando ele forçava para comer, ele dizia que ía comer para ver se se livrava do soro, pois seu braço já estava doendo de tanto soro. Fico com dó dele, mas, nesse caso, o que mais importa é que ele está comendo, está se fortalecendo, está sendo curado.

Agradeço às mensagens, aos telefonemas e às ofertas. Que Deus possa retribuir toda a generosidade de vocês.

Abraços.

Izaias Resplandes.

Nenhum comentário:

A hora do juízo

  A hora do juízo Izaias Resplandes de Sousa Saudações aos queridos amigos que nos acompanham a partir de agora, durante essa n...