domingo, agosto 17, 2008

Pais e filhos


Introdução. As relações entre pais e filhos são sempre muito delicadas e normalmente extrapolam os limites de admissibilidade. É importante conhecer que a Bíblia ensina sobre as maneiras mais convenientes para se produzirem essas relações, distribuindo-as em dois grandes princípios: o da obediência e o da não provocação à ira (Ef. 6:1-4; Cl 3:20-21).

1. Princípio da obediência. Encontra-se na base de todas as relações espirituais, podendo ser aplicado também nas questões materiais. Estando ligado à honraria, além de ser considerado como prenúncio de justiça e de uma vida bem sucedida, é objeto de uma promessa de longevidade sobre a terra. Aquele que o segue, normalmente é uma pessoa bem sucedida em seus negócios, em seus projetos de vida, em seus sonhos e realizações (Pv 15:22).
É uma questão de honra. Aquele que não valoriza e não honra também não é obediente. Todavia, a honra aos pais pode ir além da obediência, envolvendo outros relacionamentos. Dessa forma, ao escolher suas companhias, por exemplo, os filhos devem zelar pelo bom nome de seu “pater famílias”. Não é por acaso o ditado: “me dizes com quem tu andas e te direi quem é” você. A verdade é que os pais são julgados pelas companhias dos filhos, implicando, por conseguinte, grande responsabilidade destes em tais escolhas (Pv 28:7).
Também é de destacar que enquanto a rebeldia, na maioria das vezes atrai o castigo e a disciplina, a obediência atrai o zelo dos pais em relação às causas dos filhos. Estabelece entre eles um elo de ligação muito forte, onde os filhos somente têm a ganhar. Destaca-se que estes, estando bem relacionados com os seus pais, podem inspirar-se nos seus exemplos de vida, considerando-os como modelos a serem imitados sobre a forma de condução de seus próprios fardos e compromissos, tais como assunção de dívidas, estabelecimento de sociedades, diversões, entre outros (1 Co 4:16; 11:1; Fp 3:17; Gl 6:4-5).
Como é triste a situação de pais que não conseguem ser exemplo para seus filhos e que os vêem agindo com desprezo às suas instruções, andando com pessoas pouco recomendáveis e às vezes até roubando o seu suado dinheiro para manter vícios e hábitos imorais e prejudiciais à saúde (Pv 15:5; 17:25; 28:24).
Por outro lado, é de ver que a Bíblia exalta aquele que recebe a orientação da Palavra com alegria. Essa é a atitude que se espera dos filhos, mesmo que isso signifique sofrimento e dor. O bom filho não discute as orientações de seus pais. Cumpre-as. Ele não é um fardo pesado para eles, destacando que se assim o fosse, tal encargo não seria proveniente de Deus, como de fato é (1 Ts 1:6; Mt 11:30).

2. Princípio da não provocação à ira. A relação dos pais com os filhos deve estar fundada no amor e também na consideração. Os filhos, como a esposa, são os elos mais fracos da relação familiar, merecendo um tratamento digno de tal posição por parte dos pais. Segundo Pedro, o tratamento diferenciado é devido principalmente em face de que ambos são, “juntamente, herdeiros da mesma graça de vida” (1 Pe 3:7).
É de destacar que os pais têm um compromisso de responsabilidade para com os seus filhos. Deve educá-los, instruí-los no caminho no bem e prestar contas a Deus sobre os seus atos em relação a eles (Sl 32:8; Pv 22:6; Is 48:17; Rm 16:19; Hb 13:17).
A ira, elemento que ora se analisa, é uma característica natural da pessoa humana. Todavia, não deve ser motivo para induzir ao pecado. Os pais devem ser cuidadosos na disciplina dos filhos, para não envergonhá-los, humilhá-los e levá-los à atividade pecaminosa. Ao surgir uma situação que possa abalar o seu relacionamento, pais e filhos devem tomar rápidas providências para aparar as arestas e restabelecer a paz familiar, antes que o mal cresça, enraíze e se torne difícil de ser contornado. A paz deve ser buscada a todo custo e com a máxima rapidez. Deus deseja que vivamos em paz (Sl 4:4; Ef 4:26).

Conclusão. A Igreja deve zelar pela educação de seus membros, ensinando as formas bíblicas de relacionamento. Pais e filhos devem estar juntos no momento da instrução para que cada um possa beber das fontes do verdadeiro saber. Os princípios da Palavra de Deus são as primeiras fontes da verdadeira sabedoria. Que Ele nos conceda a graça de alcançá-los (2 Co 13:11).

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