Izaias Resplandes
O homem foi criado por Deus para dominar e sujeitar a criação (Gn 1:28), governando, inclusive, a sua mulher (Gn 3:16) e os seus filhos (1 Tm 3:4, 12). A ele cabe o planejamento, a administração e a responsabilidade pelo cuidado e manutenção de sua casa, bem como o dever de conduzir os seus até os pés de Nosso Senhor Jesus Cristo (At 16:31; Ef 5:25-27). Para uma missão tão complexa, o Criador não o deixou sozinho. Em primeiro, providenciou-lhe uma auxiliadora (Gn 2:18), deu-lhe uma família (Sl 68:6). Em segundo, sempre esteve ao seu lado, mesmo em momentos de grande decadência espiritual (Gn 3:9-21; 4:13-15; Jo 3:16;). Ele não criou o homem e o deixou abandonado à própria sorte, senão que tem tomado todas as providências para que ele seja feliz e tenha longa vida sobre a terra (Ef 6:2-3). Deus tem sido um verdadeiro Papai do Céu para todos nós (Sl 11:4, Mt 5:34).
Começando por Adão, todos os homens pecaram. Cada um se desviou pelo seu próprio caminho (Is 53:6). Todavia, isso não foi motivo para que Deus se voltasse contra aquele que criara. Pelo contrário, a insuficiência do homem fez com que Ele fosse ainda maior em seu amor (Rm 5:8). Ele idealizou e executou um plano para a salvação do homem perdido (Ef 1:4-5). Naqueles momentos de total incapacidade para resolver a situação (Rm 3:11-12), Ele foi nosso Pai mais do que nunca. Ele nos deu as condições para receber a sua misericórdia. “Enviou ao nosso coração o Espírito de seu Filho que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6). Porque a grande verdade é que nem pedir o que precisamos nós sabemos (Rm 8:26).
Destarte, graças à Sua intervenção, fomos capazes de reconhecer o chamado de Jesus (Jo 10:3, 27), o seu “vinde a mim” (Mt 11:28), o que nos levou a recebê-lo como nosso Senhor e Salvador (Jo 1:11-12). E então, ele nos deu o maior presente de nossas vidas. Ele nos deu o poder de sermos feitos seus filhos. A criatura adquiriu o status de filho. Doravante, tornamo-nos, por esse processo adotivo, filhos e herdeiros de Deus, juntamente com Jesus (Gl 4:7). E de fato, nos tornamos irmãos de Jesus, haja vista que Ele nunca nos tratou como servos. Antes, pelo contrário, ensinou-nos a fazer as coisas conforme Deus aprecia, deixando claro que somente dessa maneira poderíamos ser realmente seus irmãos (Mc 3:33, 35).
Com Jesus aprendemos a orar a Deus, chamando-o de “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6:9). Jesus nos deixou claro que Deus é o nosso Papai do Céu. A expressão “aba, Pai” é papai. É pai duas vezes. E Deus é nosso pai de criação e nosso pai por adoção. Portanto, é nosso papai. A Ele devemos recorrer nas nossas necessidades.
A Bíblia registra que Jesus questionava aos seus discípulos pelo fato deles não terem pedido nada ao Pai. A elevação à condição de filho traz consigo a prerrogativa de poder pedir, usando como argumento e justificativa apenas o fato de que o clamor é feito em nome de Jesus. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7). Ele quer abençoar-nos de tal maneira, para que todos os povos saibam que somos seu povo, sua família, sua gente e também queiram ser abençoados como nós somos. Deus quer que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos (2 Pe 3:9).
Só existe um limite para a atuação do poder de Deus em nossas vidas. É o seu zelo. Em questões espirituais, Ele não admite concorrência, requerendo de nós uma fidelidade absoluta. Se formos fiéis, Ele será fiel e cumprirá todas as suas promessas. Portanto, “a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mt 23:9). Somente Ele deverá ser considerado o nosso Pai Espiritual, ninguém mais. Nossos pais carnais não serão nossos pais nos céus. A missão deles encerra aqui na terra. Ali, todos seremos irmãos e Deus será o Pai de todos. Que todos possam ver essa grande verdade.
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Izaias Resplandes de Sousa é membro da Igreja Neotestamentária de Poxoréu, MT.
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