A mulher cristã no século XXI
Prof. Izaias Resplandes |
1. Introdução.
Antes de
tudo, façamos uma breve introdução sobre a mutabilidade e imutabilidade das
coisas.
Assim diz a Bíblia em Hb.. 12:27: A palavra:
Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que
as imóveis permaneçam.
É certo que, no mundo criado por Deus, temos
uma constante evolução, um aperfeiçoamento das coisas feitas, de sorte que há
muitas mudanças da noite para o dia. Apesar disso, sabemos que nem tudo é mutável
e que certas coisas são perenes, são para toda a vida, são eternas.
Diz a Bíblia que, querendo Deus mostrar mais
abundantemente a imutabilidade do seu
conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento, para que
por duas coisas imutáveis, nas quais
é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que
nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta, Hb. 6:17-18.
Vemos que apenas as coisas feitas podem
mudar. O que é eterno é o que é e não mudará nunca. Quando Deus enviou Moisés
para libertar o seu povo da escravidão no Egito, este perguntou-lhe sobre quem diria
ao povo que o havia enviado, ao que Deus respondeu: EU SOU O QUE SOU. E disse
mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós, Êxodo 3:14.
Deus é o que é: eterno. Sempre foi, é e
sempre será. E assim, seus conselhos, orientações e determinações, por exemplo,
são imutáveis. Seus pensamentos, que não são iguais aos nossos, são
permanentes. Ele é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente, Hb. 13:8.
É muito importante que compreendamos bem o
que seja mutável e o que seja permanente, para não incorrermos na tentação de
querer mudar o imutável.
A Palavra de Deus é imutável. O que Ele disse
para ontem, vale para hoje e para sempre. E esse é um dos legados mais
preciosos que temos recebido do Criador, pois nos dá a segurança de que tudo
será como foi estabelecido.
Maria de Lourdes Resplandes |
2. O plano
de Deus para a mulher. A mulher foi criada. Como algo feito, encontra-se sujeita às
mutações do tempo. Embora todas sejam mulheres, cada uma tem a sua própria
identidade. Mas os objetivos de sua existência enquanto mulher são eternos e
foram estabelecidos pelo Criador, antes mesmo de criá-la.
Assim disse o Senhor Deus: Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele, Gn. 2:18.
A mulher foi criada para ajudar o homem a
cumprir a sua missão de conquistar e dominar o mundo criado, tirando dele todo
o proveito para a sua existência. Homem e mulher deveriam seguir o princípio da cooperação, com o
homem tendo a responsabilidade de liderar o processo e a mulher, a função de
ajudá-lo na execução das decisões tomadas. E serão os dois uma só carne; e
assim já não serão dois, mas uma só carne, Mc. 10:8.
É muito importante que homem e mulher
compreendam as vantagens de agirem como casal, ao invés de fazerem um trabalho
isolado e individual. Assim diz o Pregador, no Eclesiastes: Há um que é só, e não tem
ninguém, nem tampouco filho nem irmão; e contudo não cessa do seu
trabalho, e também seus olhos não se satisfazem com riqueza; nem diz: Para quem
trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto é vaidade e enfadonha
ocupação. Melhor é serem dois
do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um
cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois,
caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos,
eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém
prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. Ec.
4:8-12.
Deus sabe sempre o que é melhor para nós,
porque Ele está simultaneamente presente, tanto no nosso passado, quanto em
nosso presente ou futuro. Ele vê todas as etapas de nossa vida ao mesmo tempo.
E por isso sabe por que certas escolhas não são convenientes para nós. No
entanto, Ele não quis ser um tirano e dotou-nos de livre arbítrio, princípio pelo qual nós temos a liberdade de
escolha e de tomarmos as nossas próprias decisões, ainda que contrárias à Sua
Palavra.
A mulher foi criada para ajudar o homem, mas
tem a liberdade de estabelecer outro curso para sua vida. Todavia, o que Deus
sempre desejou foi que, tanto a mulher quanto o homem seguissem, de bom grado, o
plano de vida que Ele estabeleceu para o casal. Não por força ou por violência,
não por obrigação, mas por entenderem que essa seria a melhor escolha.
Infelizmente, desde o princípio, desde o
antigo Jardim do Éden, nós vemos o plano de Deus sendo quebrado. Já naquele
tempo, encontramos a mulher tomando a iniciativa de um projeto, contrariando o
que fora estabelecido por Deus quando a criou. Ela deveria ajudar o homem a
executar suas decisões e não tomar decisões autônomas. Mas não foi o que
aconteceu. No primeiro registro de atuação da mulher na terra, ela se apresenta
fazendo uma reflexão sobre a validade da ordem de Deus de que seu marido e ela
não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não
morressem. Vemos a mulher discutindo o assunto com a serpente e depois
concluindo que, provavelmente, Deus errara, porque o fruto daquela árvore era
bom para se comer, era agradável aos olhos e, realmente, parecia bom para dar
entendimento. E diante disso, tomou a decisão de comer do fruto e depois deu ao
seu marido, o qual também comeu. E isso foi a introdução do inferno na vida da
humanidade.
É de saber que embora tivesse a liberdade de
fazer a escolha que quisesse fazer, a melhor escolha era obedecer a ordem
daquele que sabia de tudo o que iria acontecer; o melhor seria ouvi-lo e
obedecê-lo, pois Ele havia dito que não comessem, porque se fizessem essa
escolha encontrariam pela frente o caminho da morte.
Salomão escreveu: Há um caminho que ao homem
parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte, Pv. 14:12.
É certo que temos o direito de escolher o que
fazer de nossas vidas, mas existe escolha e escolha. Podemos seguir nossa
própria opinião ou podemos seguir os conselhos e orientações da Palavra de
Deus, os quais, às vezes, mesmo sem compreender direito, pela experiência e
pelos exemplos que temos, certamente serão as nossas melhores escolhas.
Voltando ao Éden, novamente vamos encontrar a
mulher diante de uma nova decisão de Deus, resultante do julgamento de sua
escolha anterior, de comer do fruto proibido.
Assim disse Deus à mulher:
Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua
conceição; com dor darás à luz filhos; e o
teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará, Gn. 3:16.
Deus reafirma a posição de liderança do homem
em relação à mulher. A este caberia a tomada de decisão e à mulher ajudá-lo na
execução. Para que as coisas pudessem ser concertadas dali para frente, o
desejo de fazer qualquer coisa seria do homem, como desde o princípio fora.
Essa foi a decisão de Deus. E muitas mulheres, no exercício de seu livre arbítrio,
optaram por conduzir suas vidas dessa forma, tendo casamentos felizes e duradouros.
Outras, porém, exercendo o mesmo livre arbítrio, optaram por conduzirem suas vidas
de forma autônoma, em relação aos homens. E assim vão lutando, algumas parecendo
bem sucedidas e outras não.
Ricardo e Mariza Resplandes |
3. Conclusão. O plano de
Deus para a humanidade ainda é o mesmo. E assim será, porque a Palavra de Deus
é imutável e para sempre.
É possível que algumas mulheres vivam de
forma independente e até pareçam ser bem sucedidas, mas a vida sozinha é muito
difícil. É muito fácil de ver isso, observando os casais que se separam ou as
viúvas que não decidem se casar novamente, ou até mesmo as mulheres solteiras
que se tornam mães. Os filhos, que deveriam ser motivos de alegria, muitas vezes
são vistos como obstáculos. A mulher precisa trabalhar para sustentar a si e a
aos filhos, mas não tem com quem deixá-los, precisando relegá-los aos cuidados
de outras pessoas, que não tem o mesmo carinho, o mesmo zelo e a mesma ternura
que elas, como mães, teriam por eles.
Há crianças que passam o dia todo em creches,
vindo apenas dormir em casa. Não há conversa desses filhos com a mãe. O diálogo
entre eles se resume em algumas palavras, principalmente porque essa mulher-mãe
trabalhou o dia todo e está cansada. E na maioria das vezes ainda tem que fazer
mil e um trabalhos de casa. E ao final, depois de todo esse trabalho, ainda
terá que dormir sozinha, sem o consolo e o abraço de alguém, ou então dormindo
um dia com um e outro dia com outro, sem construir nenhum relacionamento sólido
que possa trazer um pouco de alívio para a sua missão de vida.
É verdade que muitos relacionamentos não
demonstram valer a pena, sendo carregados de sofrimento e decepção. Mas,
provavelmente, tais relacionamentos não foram começados de acordo com a Palavra
de Deus, mas segundo decisões desconexas do casal.
A vida a dois é melhor do que a vida sozinha,
disso nós não temos nenhuma dúvida. Mas essas duas pessoas devem estar vivendo
na sintonia divina, conforme o plano de Deus para o casal, com o homem tomando
as decisões e a mulher ajudando-o a executá-las. Não quero dizer que o homem
não possa ouvir a sua esposa antes de tomar a decisão. Sempre é bom se aconselhar
antes de tomar uma decisão, seja com a esposa, seja com outras pessoas. Quando
não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles
se firmam, Pv. 15:22.
A mulher, depois da vida, foi o maior
presente que Deus deu ao homem. Ela é um tesouro sem igual para ele, que deve
amá-la e valorizá-la da mesma forma que amar e valorizar a si mesmo.
O livre arbítrio continua sendo um princípio
divino. As mulheres de todos os tempos, inclusive as deste século, tem toda a
liberdade de decidirem o rumo de suas vidas, mas se desejarem uma vida
harmônica e feliz, ouçam os conselhos da Palavra de Deus. Casem-se. Tenham
filhos. Vivam em harmonia com seus maridos, ajude-os a cumprir suas respectivas
missões e a construir um bom legado de vida para quando a velhice chegar para
vocês.
Que Deus abençoe a todos e a todas.
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