Izaias
Resplandes
Fim de ano.
Dois mil e doze já está acabando. Agora é o momento do balanço, da
contabilização das perdas e dos lucros para ver se ainda temos saldo na conta.
É hora de fazermos uma pequena pausa na corrida para avaliar a forma como estamos
indo: se estamos bem, se estamos crescendo, ou se estagnamos, ou até mesmo
regredimos. Todas essas notas são possíveis. Não é prudente continuarmos
avançando, sem avaliarmos os resultados de nosso empreendimento, seja ele qual
e de que natureza for.
O que passou,
passou. Já não volta mais. Tempo perdido não se recupera. O ditado diz que “errar é humano”, mas a mesma sabedoria
popular completa que “permanecer no erro
é burrice”. Podemos ter tentado acertar uma vez e errado. Isso é
compreensível. Mas não podemos continuar errando. É necessário que avaliemos a
nossa vida e respondamos às perguntas “onde foi e por que foi que erramos?”.
Cometemos um grave delito contra nós mesmos, quando insistimos em avançar sem
fazermos esse necessário pit stop.
No automobilismo, um pit stop (ou parada técnica) é quando um piloto de corrida para nos boxes para fazer mudanças em seu carro. Dependendo da categoria essas mudanças podem envolver reabastecimento, uma troca de pneus, reparos caso o carro esteja danificado, ajustes mecânicos, troca de piloto, ou qualquer combinação desses mesmos itens. Também varia de uma categoria para outra o número de mecânicos envolvidos no processo, que pode variar de cinco a mais de vinte pessoas (Wikipédia).
É provável que
durante muitos anos de nossas vidas tenhamos caminhado “a torto e a direito”, sem rumo e sem direção, sem objetivos e sem
metas, “sem lenço e sem documento”,
experimentando de tudo um pouco, procurando encontrar no palheiro o que
teríamos perdido, mas que não sabíamos o que era. E que mesmo assim tenhamos
continuado correndo, “desgarrados como
ovelhas, cada um se desviando pelo
caminho” que bem desejasse (Is 53:6), no exercício de uma apreciada e
defendida liberdade absoluta e sem controle. Naqueles tempos “todos nós andávamos nos desejos da nossa
carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (Ef 2:3). Só isso
justifica porque tão poucos têm progredido e porque a pobreza e a miséria
constituem o patrimônio da maioria dos homens.
Não tenho
dúvida de que muitos de nós estivemos completamente perdidos nesses últimos
anos. Nossa vida não tinha o menor planejamento. Era sem objetivo e sem metas.
Qualquer caminho servia. Qualquer orientação era considerada boa. Até as coisas
com absoluta falta de sentido, de lógica e de racionalidade eram consideradas
ótimas. Nós éramos como crianças, confiando em tudo e em todos. Infelizmente
esses caminhos que nos pareciam direito, para muitos foram caminhos de morte
(PV 16:25). Aí estão as cracolândias, os asilos, orfanatos, prisões, favelas, presídios,
guerras, fome, sede, poluição, roubos, assassinatos, suicídios, desemprego,
mortes de todo tipo e doenças sem fim. Isso não pode continuar assim. Precisamos
fazer um pit stop para vermos onde
estão os erros e tomarmos as providências para que não se repitam mais. “Lembra-te, pois, de onde caíste, e
arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Ap 2:5).
A parada de
dezembro não pode ser apenas um período de recesso do trabalho usado para
passear e festejar. O lazer também pode acontecer, mas antes de tudo devemos
priorizar a realização de uma avaliação e de um replanejamento de nossas
atividades, para que no próximo ano possamos prosseguir com maiores
possibilidades de sucesso em nossos empreendimentos.
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