quarta-feira, maio 10, 2006

A unidade upenina

Izaias Resplandes
Caríssimos confrades upeninos. Quero saudá-los com as palavras do imortal Machado de Assis e dizer-lhes com ele que "pode a sorte separar-nos, ou a morte de um ou de outro; mas o amor subsiste, longe ou perto, na morte ou na vida" (Machado de Assis, Páginas Recolhidas, p. 203).

Quero também cumprimentá-los pelos dez anos de existência de nossa agremiação cultural. Quem duvidava de nossos ideais e propósitos e que não conseguia conceber uma organização como a nossa, formada por tantas crenças, tantas definições e ideologias diferentes, com certeza também duvidava que haveríamos de subsistir e que um dia estivéssemos comemorando um aniversário tão importante com esse, ao qual quero chamar de aniversário da unidade.

O jargão é velho, mas a sua praticidade é cada vez mais atual. Nenhuma entidade, de qualquer natureza que seja, pode sobreviver se não estiver assentada sobre as bases da união. Sem união nós não venceremos, não seremos e nem existiremos. A união é a base da existência. E, se não fôssemos unidos, com toda certeza não teríamos chegado até aqui, neste momento tão especial e tão sublime para a União Poxorense de Escritores. Nossa união não é apenas um mote para batizar a nossa entidade. Nossa união é marcada pelos dez anos de existência desse grupo que se caracteriza pela singularidade de cada um de seus membros.

Não somos uma união de iguais; não somos clones uns dos outros. Cada um de nós possui as suas peculiaridades, a sua identidade, as suas crenças, a sua ideologia, as suas particularidades. Somos uma união de desiguais e é por isso que temos sempre, a cada dia, algo novo para ofertar aos nossos semelhantes. Há bem pouco tempo uma pessoa muito ingênua e desavisada pichava a calçada em frente à sede de nossa entidade, a frase "desunião de escritores", a qual permanece ali, recebendo a resposta do vento para quem foi dirigida, porque a mesma não fora dirigida a nós, haja visto que nunca estivemos tão unidos como agora estamos, com dez anos de relacionamento positivo, construído sobre as nossas diferenças e desigualdades.

Quero aproveitar esse momento especial para homenagear a memória dos nossos co-irmãos que já partiram dessa vida. Quero abraçar ao Fraga Filho e ao Mestre Aquilino Souza Silva, os quais hoje escrevem seus versos nas estrelas dalém Terra e os transportam através dos raios de luz pelas galáxias que Deus construiu neste universo. E se dalém eles continuam vivos, daquém não é diferente. Fraga e Aquilino são poetas imortais da União Poxorense de Escritores. Aqui haverão de continuar vivos na nossa memória e na memória de nosso povo.

Não choro e nem sofro por esses companheiros que já partiram. Eles vieram, mostraram para o que vieram, concluíram sua missão e se foram. Essa é, inexoravelmente a trajetória de todos nós. Hoje eles são espíritos e a poesia, que também é um produto do espírito, não poderia estar nas mãos de melhores intérpretes que esses nossos companheiros. De Fraga e Aquilino guardo apenas três coisas: saudade, saudade e saudade!

Por outro lado, a vida continua. E cá estamos nós elegendo mais uma Diretoria Upenina. A décima primeira. E quero desejar a todos os novos eleitos, os meus votos de sucesso e de felicidades no desempenho da nobre tarefa de conduzir os destinos da cultura poxoreana.

Que Deus nos ilumine, para que possamos semear o amor, a união e a paz entre os homens deste mundo e desta cidade. Um abraço a todos.

Poxoréo, MT, 18 de Abril de 1998

Prof. Izaias Resplandes de Sousa

Um comentário:

Prof. Izaias Resplandes disse...

Trata-se de republicação, visando divulgar as idéias upeninas. Hoje a UPE conta com 18 anos de existência, sendo seu presidente o Notável Kautuzum Araújo Coutinho.

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