Izaias Resplandes
Misericórdia, Senhor! Misericórdia!
“Pequei contra o céu, pequei contra ti”;
Falei mal dos irmãos, espalhei a discórdia,
Até do seu nome, zombei e esqueci.
Perdão, meu Pai! Perdão!
“Já não sou digno de ser chamado seu filho”.
Deixei sua luz perfeita, preferi a escuridão.
Meu rosto já está morto, já não tem mais o seu brilho.
Oh, Deus! Oh, Deus! Livra-me do submundo das dores
Dá-me uma nova chance de estar ao seu lado.
“Trate-me apenas como um dos seus trabalhadores”,
Mas não me deixe lá, sozinho e abandonado.
Sei que fui um tolo quando parti
Dos seus braços amorosos e desse lar paterno.
Não há lugar melhor do que aqui
A vida lá fora é um verdadeiro inferno.
Aqui, cada servo é chamado de seu amigo,
O Senhor lhes confia até o íntimo segredo,
Eles se sentam à mesa e ceiam contigo
Com toda confiança, sem receio e sem medo.
Sei que nada fiz para merecer o seu amor;
“Dissipei os seus bens, vivi dissolutamente”...
Mas eu não agüento mais viver com essa dor
Que me consome o coração e a mente.
Deixa-me ficar! Eu preciso de paz!
Não suporto mais esse tormento.
Sei que pelo que fiz, nada é demais,
Mas eu não agüento tanto sofrimento.
Quero ficar na paz desse seu recanto,
Viver para sempre nesse lar de amor
Quero adormecer ao som de seu acalanto
E encher minha vida de seu brilho e cor.
É bem verdade que nada disso mereço
Mesmo assim venho fazer-lhe esse pedido
Pelo qual, desde já, lhe agradeço
Quando por sua graça puder ser atendido.
Um comentário:
Professor! que honra tê-lo como vizinho de blog.
Esse texto me remete à fase sacra de Gregório Matos Guerra. Muito bom mesmo.
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