O homem divino
Izaias Resplandes
No princípio o homem era divino. Guardava semelhança com seu Criador. Era um ser perfeito, puro, “muito bom”, conhecedor apenas do bem. Convivia harmonicamente com Deus no Éden, o Paraíso terrestre, onde desfrutava as delícias da imortalidade.
Então o homem conheceu o mal. Atendeu a sua voz. Rompeu-se a comunhão com Deus. O homem divino humanizou-se. Foi expulso do jardim de delícias para viver numa terra de cardos, abrolhos, suor e fadigas. Tornou-se o senhor da imperfeição. Gerou filhos à sua semelhança, cada vez mais imperfeitos e mais distantes da perfeição divina. Popularizou-se o jargão de que “errar é humano”.
Sem a liderança divina os homens se perderam em seus próprios raciocínios e pensamentos. Seus líderes os fizeram errar cada vez mais. Tornaram-se filhos da ira, filhos do diabo. Anularam-se. Cada um passou a seguir o que bem quis.
A Terra, amaldiçoada por Deus, tornou-se o reino de Satanás. Um lugar de aperfeiçoamento para a prática do erro. Uma escola do mal, onde predominam a ignorância, o falso, a mentira e toda sorte de engano.
Essa era a triste realidade em que o homem se encontrava no início do século I da nossa história, em conseqüência de sua humanização. Além de perdido, estava com a mente completamente cauterizada, o que o tornava incapaz de reconhecer a verdade por si só.
É de destacar, todavia, que, sobre tal estado de coisas ainda prevalecia o amor de Deus pela sua criação. Louvado seja o Senhor porque foi esse o sentimento que O fez idealizar e executar um plano para resgatar o homem dos domínios de Satanás e convertê-lo novamente aos padrões do homem divino. Não havendo na Terra alguém que pudesse ser utilizado como instrumento para restabelecer a ordem da divindade, consubstanciada na verdade e no conhecimento autêntico, fazia-se necessário uma intervenção direta do Criador. E foi assim que aconteceu. Encarnado em Jesus, Deus veio ao mundo em pessoa para consolidar o seu plano para a salvação de sua criação.
A reação humana de rejeição à presença de Jesus na Terra, embora veemente criticada, era de se esperar. O homem perdera o seu contato com Deus. Não conhecia as Escrituras, nem o poder de Deus. Embora a divindade estivesse presente em sua essência criadora, o estado de espírito do homem prejudicava a sua capacidade de percepção.
No entanto, toda essa situação foi pesada e levada em consideração pelo Criador. Jesus não veio apenas em palavras, mas também em obras, a fim de facilitar o seu reconhecimento pelos homens.
Muitos ouviram, muitos foram chamados para segui-Lo. No entanto, comparativamente, poucos creram e poucos o seguiram. Todavia, aqueles que o fizeram, estavam devidamente convencidos de que não havia outro Caminho por onde seguir. A sua fé de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, era inabalável. Tal era a força do seu sentimento, que por ele muitos morreram, defendendo-o. A Igreja de Jesus se formou e com grande força e poder passou a atuar na Terra, continuando a obra desencadeada por Ele para a remição da humanidade.
Hoje são passados mais de dois mil anos da data em que ocorreram os eventos que culminaram com o surgimento da Igreja. Já somos hoje milhares de milhares. Pelas estatísticas, os cristãos somam mais de um terço da população do mundo, mais de dois bilhões de pessoas. A cada dia que passa cresce o conhecimento a respeito das coisas sagradas. Os homens estão redescobrindo a beleza da criação e estão abandonando aquelas práticas que a deformaram e a mutilaram. Estamos vivendo o processo de divinização e aperfeiçoamento do homem. Já não está longe o dia em que a conversão plena se dará. E então voltaremos a ser semelhantes a Ele, homens divinos, filhos de Deus, como Adão era no princípio.
No entanto, apesar de todo esse crescimento, ainda existem os outros dois terços da população do planeta que caminham às cegas, sem Deus e sem entendimento. É por causa desses quatro bilhões de pessoas que nós ainda estamos aqui. Da mesma maneira que fomos amados por Deus e devidamente resgatados quando ainda éramos pecadores, também devemos amá-los e nos esforçarmos ao máximo para resgatá-los deste mundo de perdição. Deus não quer que nenhum deles pereça e nos têm incumbidos da tarefa de esclarecer-lhes que existe possibilidade de salvação para todo aquele que crê que Jesus é o Cristo e recebê-Lo como Senhor de sua vida.
Ser um homem divino não significa que seremos “semelhantes ao Altíssimo”, como pensou Lúcifer, mas sim que nos submetemos com humildade e alegria aos parâmetros que ele estabeleceu para nós enquanto homens. Que Deus nos abençoe e nos ajude nesse propósito de vida.
Ser um homem divino não significa que seremos “semelhantes ao Altíssimo”, como pensou Lúcifer, mas sim que nos submetemos com humildade e alegria aos parâmetros que ele estabeleceu para nós enquanto homens. Que Deus nos abençoe e nos ajude nesse propósito de vida.