sábado, outubro 27, 2018

A liberdade de decidir

A liberdade de decidir

Izaias Resplandes de Sousa


O homem vive uma eterna corrida pela realização de sua meta de vida. Tudo começa ao nascer, às vezes até antes sem que a gente se dê conta. E dura enquanto vivermos e, às vezes até depois da morte, embora nem sempre tenhamos convicção de que isso ocorra. No entanto, seja pelo que seja, seja pelo que temos consciência, seja pelo que acreditamos, a meta de uma vida humana tem a duração dessa vida, começando onde começar e terminando onde terminar.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. Efésios 1:3,4.

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Mateus 25:34.

A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, ainda que é.Apocalipse 17:8.

E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:15.

A luta pode ser linear ou cheia de altos e baixos. É variável conforme as circunstâncias. Poucos seguem a linearidade. A maioria segue por esse sobe e desce.

Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que semeando ele, uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram; e outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda; mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se. E outra caiu entre espinhos e, crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto.E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro cem.Marcos 4:3-8.

O que semeia, semeia a palavra; e, os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada nos seus corações. E da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam. E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. E estes são os que foram semeados em boa terra, os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um trinta, e outro sessenta, e outro cem. Marcos 4:14-20.

A linearidade exige postura firme, seja no que for favorável, seja no que for contraditório, seja no sim, seja no não. Aquele que segue por essa trajetória costuma levar uma vida difícil. Sofre perseguições de todos os lados; é afrontado e desrespeitado pelos que pensam e se posicionam de forma diferente.

Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Mateus 7:13-16.

E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome. Lucas 21:16,17.

Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. 2 Coríntios 12:10.

É difícil dizer que uma trajetória é melhor do que a outra, porque para cada um, a sua trajetória é sempre a melhor, em detrimento de todas as outras. As ideias e os pensamentos de um dificilmente serão iguais às de outros. Cada ser humano tem as suas próprias ideias e deve ser respeitado por tê-las.

Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Romanos 12:3.

E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. 1 Coríntios 8:2.

Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para apregoardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo; pois eis que eu vos apregoo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a pestilência, e para a fome; e farei que sejais espanto a todos os reinos da terra. Jeremias 34:17.

Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. Tiago 2:12.

E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão. Gálatas 2:4.

Cada ser humano que tem vindo ao mundo tem em si o dom do discernimento mínimo que é necessário para que faça as suas escolhas e responda por elas.

De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. Romanos 14:12,13.

O direito de cada um decidir sobre o que quer é sagrado. Quem não respeita essa liberdade ainda não compreendeu o princípio fundamental da vida, que é a liberdade. Qualquer que atentar com isso, atenta contra a liberdade. O livre arbítrio é basilar na existência humana.

Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24:15.

O homem pode errar em suas escolhas, mas um não morrerá por conta das escolhas do outro. O que escolher mal pagará por sua escolha.

Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nunca mais direis esta parábola em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18:2-4.

A decisão está diante de nós. Escolhamos com amor e misericórdia, pensando em nós, mas principalmente, pensando nos que mais sofrem neste país. E seja o que seja, prossigamos com respeito e consideração por todos, ninguém se julgando melhor do que ninguém.

Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda [partidarismo] ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Filipenses 2:2-7.

Que todos nós sejamos abençoados!

sábado, outubro 06, 2018

Os homens de poder

Os homens de poder

Izaias Resplandes de Sousa

Há muitas formas de se exercer o poder. Ricos e pobres podem exercê-lo. No entanto, a riqueza normalmente controla o exercício do poder. E por isso, os homens querem ser ricos, cada vez mais. A riqueza é o sonho de consumo de quase todo mundo. No afã de consegui-la, as pessoas costumam ultrapassar todos os limites possíveis. Verbos como matar, roubar, fraudar, mentir, enganar, distorcer, deturpar e outros tantos nessa linha são frequentemente conjugados por aqueles que têm fome de riqueza. Amizades são desfeitas e famílias desintegradas. Dizem de certas pessoas, que são capazes de matar a própria mãe para subir na vida. É de ver que a meta de alcançar a riqueza, pouca ou muita, faz com que o homem descumpra o contrato que garante a paz social e, assim, retorne ao estado de barbárie e selvageria e à sua eterna luta contra todos os demais. Nessa situação, o homem perde o seu bem mais precioso: a sua humanidade.
A Bíblia diz: Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Marcos 8:36.
A alma é o bem maior de uma pessoa; é a sua vida, é o que pode existir ou o pode morrer. O salmista diz:
1)   Que a alma vive: Viva a minha alma, e louvar-te-á; ajudem-me os teus juízos. Salmos 119:175;
2)   Que a alma morre: Que homem há, que viva, e não veja a morte? Livrará ele a sua alma do poder da sepultura? Salmos 89:48.
O homem com sede de riqueza perde a sua alma antes da sepultura. O rico é quase sempre uma pessoa mesquinha, amarga, infeliz, medrosa.
O rico ajuda os outros com pequenas esmolas, cuidando para não acontecer de dar tudo e ficar sem nada; e ficar pobre. O que ele dá é aquilo que não lhe fará falta. O rico tem medo de ficar pobre. Ele detesta a pobreza. No entanto, a maioria dos pobres busca a amizade do rico, acreditando que estes podem se interessar por eles. Os ricos, como disse o deputado Justo Veríssimo, personagem criado por Chico Anísio, querem mesmo é que os pobres se explodam e que morram todos.
Jesus mostrou como agem os ricos e comentou sobre eles. Ele disse a um rico:
Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. Mateus 19:21-24.
Não é que o rico não se salva. Nem todos os ricos estão inaptos ao reino dos céus. Jesus pode transformar o coração de todos, até mesmo dos ricos. A dificuldade deles está no fato de que eles confiam mais em suas próprias riquezas para se salvarem do que em qualquer outra coisa, o que não ocorre com os pobres, porque já que eles não têm nada em que possam confiar, por que não confiarem em Deus?
Jesus também fez um comentário sobre as ofertas que os ricos faziam, comparando-as com as ofertas dos pobres. É assim o relato:
E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; e viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; e disse: em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha. Lucas 21:1-4.
É de ver que o dinheiro do pobre é tão pouco, que qualquer coisa que ele tirar vai lhe fazer falta. Mas, mesmo assim, o pobre sempre se sensibiliza com as necessidades dos demais. Ele sabe o que é sofrer, porque sofre todo dia. Então, mesmo sabendo que vai obter poucos resultados com suas ofertas, mesmo assim ele faz questão de ajudar. Já o rico, dá alguma coisa para aparecer e não porque realmente deseja ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas. É claro que não vamos rejeitar as ofertas dos ricos, pois afinal, como disse certa mulher: Os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Mateus 15:27.
É de destacar que o mais importante nessa reflexão sobre o poder não é o fato de se ser rico ou se ser pobre, mas o que cada um faz com a sua riqueza em favor dos demais. Deus não deu mais a uns para que se locupletem de “deleites e prazeres”, mas muitos pensam que foi para isso.
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:1-3.
É de destacar a necessidade de que alguém promova a justiça social, o equilíbrio na distribuição de renda e a igualdade entre os homens. Esse é o papel dos governantes e de todos que têm recebido o poder para gerenciar. É de ver que o poder pertence a Deus. Aos homens cabe o gerenciamento conforme os propósitos divinos.
Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus. Salmos 62:11.
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4:10.
O apóstolo Paulo elogia a atitude dos crentes pobres da Macedônia, porque haviam entendido o papel das riquezas, poucas ou muitas.
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus. 2 Coríntios 8:1-5.
O ato de compartilhar o que tem com os outros, ainda que se tenha pouco, tem a virtude de produzir o gozo, a alegria, o prazer. É de ver que, enquanto aquele primeiro rico que nos referimos ficou triste porque era possuidor de muitas propriedades e não se sentia à vontade para dá-las aos pobres, os pobres da Macedônia ficaram alegres e felizes de poderem compartilhar um pouco dos bens de sua pobreza com outros, igualmente pobres, que viviam em Jerusalém.
E Paulo explica o porquê de tal interesse:
Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. Romanos 15:26,27.
É dando que se recebe. Assim diz a Palavra:
Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também." Lucas 6:38
O homem que tem uma natureza tipicamente rica normalmente não se preocupa em ajudar porque ele acredita que nunca precisará de ajuda. Mas, todos sabem que ninguém é autossuficiente e, mais cedo ou mais tarde chegará o dia em que estaremos pedindo ajuda a alguém.
O homem poderoso às vezes até ajuda, mas não porque deseja ajudar, senão que para se livrar do aborrecimento daquele que bate em sua porta. A Bíblia cita um exemplo:
Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. Lucas 11:5-8.
Também conta a história de um juiz:
Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. Lucas 18:2-6.
O que tem algum poder, normalmente faz alguma coisa pelo que não tem apenas para se livrar de um aborrecimento. Ele não têm prazer em ajudar. Os poderosos não se incomodam com as causas dos aflitos, dos que sofrem, dos miseráveis, dos desassistidos. Isso não quer dizer que eles irão todos para o inferno. Não estou julgando os ricos e nem a ninguém, mas apenas analisando essa categoria à luz da Bíblia. Não estamos aqui para condenar ninguém, principalmente porque Deus não faz acepção de pessoas e Ele não quer que nenhum pereça. Portanto, não é hora de jogar ninguém no Lago de Fogo. Isso vai acontecer, mas não seremos nós que faremos isso.
É de ver que os ricos também podem ser salvos. Vejamos o caso de Zaqueu.
E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali. E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa. E, apressando-se, desceu, e recebeu-o alegremente. E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Lucas 19:1-10.
Zaqueu foi um rico que se converteu e passou a ter grande prazer em ajudar aos pobres e a corrigir os seus erros. Isso não é coisa comum de se ver. A regra é que os ricos não se interessem por Deus, porque se acham deuses, senhores e poderosos. E isso é um caso de preocupação, principalmente quando vemos os pobres se comportando da mesma maneira.
Os ricos querem continuar ricos e os pobres também querem ficar ricos. Mas a verdade é que não existe a possibilidade de todos ficarem ricos, porque os recursos são limitados e não são suficientes para todos. Mas é evidente que não é de justiça que uns poucos tenham quase tudo, enquanto que os muitos restantes não fiquem com quase nada.
Jesus orientou aos ricos para fazerem a distribuição de suas riquezas. É nosso dever lutar pela diminuição das desigualdades sociais, pela minimização das diferenças de classes. Infelizmente, não é isso que vemos hoje em dia.
A regra em uma sociedade capitalista é fazer todo o possível para ganhar mais e perder menos. Pobres são orientados a deixar de comer, de vestir, de se divertir e coisas do gênero, para poupar, para colocar os seus minguados recursos nas mãos dos banqueiros, em troca de dividendos irrisórios. No entanto, esses, quando emprestam, cobram juros exorbitantes.
Não digo que não devemos fazer administração financeira, mas devemos ter cautela sobre como fazemos isso.
É de ver que poucos pobres ficaram ricos. Alguns até se remediam, mas a maioria pobre, sempre continua pobre, mesmo trabalhando para os ricos e poderosos. Jesus disse que sempre teríamos os pobres conosco. João 12:8.
A orientação bíblica é de que aprendamos a viver contentes, mesmo vivendo em uma situação de pobreza. O pobre é feliz, o rico não.
O pobre sai de casa com tranquilidade e vai se divertir. O rico se tranca em casa e fica vendo televisão, com medo de ser roubado. O pobre passeia pelas ruas, praças. O rico anda de carro, com medo de ser assaltado. A vida do rico é uma tribulação constante, enquanto que a do pobre é uma calmaria. No entanto, apesar desse quadro, os ricos querem continuar ricos e os pobres querem ser ricos a todo custo.
A Bíblia alerta:
Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? Porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia. Provérbios 23:4, 5.
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. Lucas 12:15.
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Mateus 6:24.
Não confieis na opressão, nem vos ensoberbeçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus. Salmos 62:10,11.
Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido. Provérbios 11:24,25.
O poder e a riqueza pertencem a Deus e deve ser usado para diminuir as desigualdades sociais e os sofrimentos de todos. É responsabilidade de quem tem qualquer forma de poder compartilhar esse poder com os que não têm para que cada um seja o mais universalmente igual ao outro.
Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. Ageu 2:8.
É evidente que todo aquele que acha que tem algum poder não haverá de concordar com essa exposição, mas não é nosso objetivo contender. Apenas esclarecer. Cada um, no exercício de sua liberdade e no uso dos espaços que criar também poderá usar a tribuna para defender suas posições contrárias. Todavia, sempre com respeito e sem prover a desordem e a confusão.
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. 1 Coríntios 14:33.
Que o Senhor nos abençoe e nos ajude a compreender os nossos caminhos. Amém!

Livro Emoções

Livro Emoções


Olá, pessoal. Estou aqui para dizer que organizei e estou publicando um livro eletrônico com minhas poesias. Quero dizer que nem todas as poesias são inéditas. Muitas delas você já deve ter lido ou ouvido. Mas tem várias poesias que nunca divulguei. Aqui está o link para o acesso. E logo abaixo eu transcrevo o prefácio do trabalho. Espero que goste de pelo menos alguma das poesias. Leia, divulgue, compartilhe a vontade. Não escrevi para mim, escrevi para você e para o mundo.


– PREFÁCIO –

Eu fui gerado. Eu nasci. Eu cresci. Eu vivo. Eu respiro. Eu escrevo. Eu gosto de escrever. Já escrevi muitos livros. Publiquei uns poucos com papel e tinta, alguns nas plataformas virtuais e muitos estão florescendo nos jardins da minha mente e dos meus sonhos. Muitos escritores vivem de livros. Não me lembro de ter vendido livros, mas eles também estão na base de todas as fases de minha vida.
Este livro, em particular, não é mais um livro de poesias. É um livro com as minhas emoções, as quais eu quero compartilhar. Essas não são as primeiras e nem as últimas. Enquanto houver seres vivos haverá emoções e haverá poesia.
As poesias são sentimentos inéditos que nunca se repetem. Nem se fôssemos juntar todas as poesias, de todos os poetas do mundo, nem assim teríamos poesias repetidas. Cada poesia tem a sua própria emoção. É uma figurinha  carimbada. Este livro exterioriza um pouco das emoções que senti na vida e que transpirei em cada um dos versos que escrevi em suas páginas.
As poesias deste livro não estão organizadas conforme o tempo em que foram escritas. Nos meus primeiros escritos eu costumava colocar a data da produção. Depois eu abandonei essa prática porque cheguei a pensar que a poesia não tem data. Ela é um escrito para a nossa necessidade, seja qual for a hora ou o dia em que essa se manifestar. Quando a gente estiver triste, haverá uma poesia que nos alegre o coração. Quando estivermos melancólicos, haverá uma poesia que aplaque a nossa saudade. Mas, apesar de pensar dessa forma, acho que as datas são importantes para organizar o nosso pensamento. Elas ajudam as pessoas a nos compreenderem melhor. Nesta obra eu mantive apenas algumas datas nas poesias, porque já estavam datadas.
As poesias deste livro poderiam estar organizadas por assunto. Mas não estão. Elas estão organizadas de acordo com a minha vida. Não estabeleci ordens de quaisquer espécies para viver. Simplesmente fui vivendo, da mesma maneira que simplesmente fui escrevendo. E então, aqui está um pouco de minha vida e de meus escritos. Meu objetivo é apenas um: espero que você leia e goste. E se servir para te ajudar em alguma coisa de sua vida, não se acanhe de usar esse remédio. A poesia é tão útil, mas tão útil, que pode curar todos os males de nossas vidas.
Boa leitura.
Poxoréu, MT, outubro de 2018.
Izaias Resplandes de Sousa

quinta-feira, maio 24, 2018

Sexagenário

Sexagenário


E então eu cheguei aos sessenta em plena atividade. 

Creio que posso ser considerado um trabalhador.

Desde os meus tempos de menino, eu fui preparado para ser um trabalhador.
Meu pai nunca nos deixou na moleza. Nos trabalhos da roça, fui o aguadeiro. Cuidava da cabaça, mantendo-a sempre cheia, saciando a sede da peonada de meu pai. Nos trabalhos com o carro de bois, meu pai foi o carreiro e eu fui o candieiro. Ainda me recordo de Sombreiro e Sobrado, a junta de bois de guia, bem treinada e que obedecia cegamente aos meus chamados: vem cá, Sombreiro; vem cá, Sobrado.

Fazenda da Mata, Pé da Serra. Eu e mano Waldomiro 

Também trabalhei na foice e na enxada, a famosa mansinha, como era apelidada. Ajudava a carpir o quintal e roçar os pastos. Meu pai me avaliava como meio homem. O meu dia de serviços valia a metade do dia de um homem. Vivi no Pé da Serra, em Torixoréu, MT, até os dez anos, quando fui estudar em Alto Araguaia, MT.

Minhas Guarirobas 

Em Alto Araguaia, eu limpava a minha sala de aula todos os dias, em troca das mensalidades. Também vendia bolos para minha tia Marina; guarirobas ou guerobas, como nós as chamávamos, para o meu tio Irani. Eu vendia tudo o que me punham nas mãos e ganhava o dinheiro para comprar meus lanches e materiais didáticos. Fiz isso por dois anos (1869-1970).
Em 1971 nós mudamos para Goiânia. Ali também eu vendi de tudo: picolés, frutas, água, chocolates, pirulito de açucar. Fiz frete de mão nas feiras livres. Trabalhei como office boy, balconista de padaria e de mercearia, fui arrumador de banca nas feiras livres e também trabalhei como servente de pedreiro, ajudante geral e ainda ajudei o Chico a furar cisternas.
Comecei a trabalhar de carteira assinada, em dezembro de 1976, quando tinha 18 anos. Meu primeiro emprego foi como cobrador de ônibus, na HP Transportes Coletivos, onde fiquei por pouco tempo. Aliás, é de ver que naqueles primeiros anos de minha maioridade exerci o labor em várias empresas de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Eu ficava pouco tempo em cada emprego. E meus empregos eram servicinhos sem muita importância. A atividade mais relevante que eu exerci nesse período foi a de Professor de uma sala multisseriada na Fazenda Passo Fundo, município de Cuiabá, MT. Ah, sim! Também fui dono de uma mercearia em Goiânia, GO.

No alto do Morro da Mesa, em Poxoréu, MT, com meus parentes: Elieth, Flávia, Dionice, Aberaldo e Aparecida dos Anjos. 

Em 01 de junho de 1981 comecei a trabalhar no DERMAT/RERO-5, em Poxoréu, MT. Em 01 de junho de 1985, também comecei a trabalhar na Prefeitura de Poxoréu, acumulando cargos públicos, onde exerci diversas funções. Em 17 de março de 1986, o Município assinou a minha Carteira de Trabalho como Supervisor de Educação. Em 1989 fiz concurso para Assistente Administrativo. Deixei o serviço público municipal em 2004, embora ainda tenha prestado alguns meses de serviço, posteriormente.

Poxoréu, MT 

Desde 1983 eu passei a exercer a cátedra na rede estadual de ensino de Mato Grosso, mais precisamente na cidade de Poxoréu.. Até 1990, eu fui professor interino. Em maio daquele ano tomei posse como professor efetivo das séries iniciais do primeiro grau. Em 1998, quando concluí o curso de Pedagogia, fui enquadrado como Professor de Educação Básica. Em 2004 eu concluí a Licenciatura em Matemática e em 08 de agosto de 2007, tendo sido aprovado em novo concurso público, tomei posse também como professor de Matemática.
Em 28 de março de 2018 eu me aposentei na cadeira de Pedagogia. E, atualmente, já tendo tempo de contribuição mais do que suficiente (são mais de 35 anos), estou tentando me aposentar também na cadeira de Matemática, a qual ainda estou exercendo na Escola Profª Juracy Macêdo, em Poxoréu, MT.

Creio que posso ser considerado um escritor.

Sempre gostei de escrever, mas, somente em 1982 eu comecei a publicar os meus escritos. Comecei escrevendo no Jornal Estudantil A SEIVA, que circulava na Escola Pe. César Albisetti, onde eu estudava o curso de Magistério.

Upeninos: Izaias, Luís Carlos, João,Dona Antônia e Joaquim Moreira, Professora Elienor e Genivá, João Batista, Gaudêncio, Zendaide e Josélia. 

Em 1983 eu fundei o Jornal Estudantil A Gazeta do Estudante, onde publicava as minhas ideias. Naquele mesmo eu fui convidado para assumir a Redação do Jornal Correio de Poxoréo, a ser mantido pela Prefeitura de Poxoréo. Aceitei o convite, começando as atividades em 01 de junho de 1983.
Ainda no ano de 1983, publiquei o livro Saudades e Melancolias, em co-autoria com Gaudêncio Filho Rosa de Amorim e Kautuzum de Araújo Coutinho.

Edições do Jornal O Upenino 

Em 31 de março de 1988, eu presidi uma reunião de sete pessoas, na qual decidimos fundar a União Poxorense de Escritores (UPE). Éramos Aquilino Souza Silva, Joaquim Moreira, João de Sousa, Enir Arge Conceição, Genivá Bezerra, Kautuzum de Araújo Coutinho e eu.
A Upenina nº 06 

Como upenino, membro da UPE, participei da publicação de dezenas de edições do Jornal O Upenino, bem como de sete edições da Revista A Upenina, sendo cinco impressas e duas eletrônicas.
Em 2004 participei como co-autor da edição do livro Antologia Poética: síntese da poesia upenina.
Por último, quero destacar as minhas publicações na rede mundial de computadores, onde mantenho alguns blogs, nos quais venho publicando todas as minhas novas produções, ao tempo em que estou tentando resgatar e publicar as produções mais antigas. Dentre minhas publicações eletrônicas mais recentes está o livro “A Família” - um conjunto de crônicas, artigos e poesias relacionadas com essa temática.
É de registrar, ainda, que tenho feito diversas publicações nos jornais da região, como A Gazeta, de Cuiabá; o Diário de Cuiabá; A Crônica, de Paranatinga; o Diário, de Primavera do Leste, o Noticiário Evangélico, de Campo Grande (MS), entre outros.

Eu creio também que posso ser chamado de um homem de Deus.

Acampamento Rio dos Crentes, propriedade da Igreja Neotestamentária 

Por muitos anos eu fiz o que me deu na testa. Desenvolvi três vícios: café, tabaco e álcool. Usei e abusei, até o dia em que compreendi que precisava parar. E com a ajuda de Deus, eu parei. E desde então dedico grande parte de minha vida para as atividades espirituais.
Sou membro da Igreja Evangélica Neotestamentária de Poxoréu. É de dizer que essa foi a primeira igreja evangélica a instalar-se no Município de Poxoréu. Sua primeira sede ficava na atual Praça da Liberdade, no local onde hoje está instalada a Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual assumiu o nosso trabalho naquele local a partir da década de quarenta.
Em 1981, com a minha família morando em Poxoréu, por incentivo do Pastor Manoel Francisco Paulo, nós decidimos reativar o trabalho neotestamentário nesta cidade. Fiz parte da primeira Diretoria, como Presidente da Mesa Administrativa. Inicialmente, nossas reuniões aconteciam em um barraco de palhas, no bairro Jardim Tropical, mas, desde 01 de junho de 1985, a Igreja está instalada na Rua Osvaldo Cândido Pereira nº 70, Bairro Lagoa I.
Em 1994, eu fui eleito Pastor, exercendo o ministério ao lado do Pastor Valmi Resplande de Sousa (meu primo). Hoje, continuo à frente do trabalho, dividindo as responsabilidades com os demais irmãos, mas somos bem poucos membros. 

Creio que sou um homem de família.

Junto com a família nos meus 50 anos. 

Sou filho de Marcelino Argemiro de Sousa e dona Maria Resplandes de Sousa. Sou casado com dona Maria de Lourdes Resplandes, filha de Sebastião Rodrigues de Andrade e Gasparina Rosa de Andrade. Tenho três filhos: Ricardo (o caçula), Mariza (a do meio) e Fernando Resplandes, cassado com Mariana Nascimento Resplandes, com a qual possui dois filhos, Davi e Arthur, meus lindos netinhos. Eu amo a todos por demais.

E então, agora sou um sexagenário.

E esse sou eu. Um sessentão feliz com sua vida, com sua família e com suas realizações. Acredito que ainda tem muita água para correr no rio de minha existência. Estou forte, ativo, bem disposto e com muita vontade de continuar na vida até o dia em que Deus quiser.


Tenho o desejo de publicar mais três livros, consolidando as minhas produções: Emoções (poesias); Crônicas Poxoreanas (reflexões sobre a vida em Poxoréu); e, O maravilhoso mundo de Deus (reflexões bíblicas). Isso não significa que deixarei de produzir. Pelo contrário, enquanto houver luz em meus olhos e minha mente estiver lúcida, jamais pretendo deixar de fazer alguma coisa em favor da minha família, dos meus amigos, da minha cidade e de meu país.
Gosto muito de estar em contato com a Natureza. Faço isso todo dia, na Mata do Vô, o quintal de minha casa em Poxoréu, onde cultivo um pouco de cada coisa. Tenho gosto de ver cada planta crescer, florescer e dar seus frutos. Eu pensava em ter uma fazenda, mas não cheguei a tanto. De forma que estou satisfeito em ter uma casa com um belo quintal. Não adianta ter muita terra e não fazer nada nela.
A terra precisa cumprir sua função social. Tem que produzir. Nós precisamos de alimentos, de flores, de frutos. A terra precisa ser bem cuidada para que possa nos atender em nossas necessidades.
Agradeço a Deus, aos familiares de perto e aos de longe, aos irmãos de fé e aos irmãos de lutas sociais e culturais, aos colegas de trabalho e a todos que participaram da minha vida, e que, de alguma forma, têm me ajudado a chegar ao topo dos meus sessenta anos.

Família: Izaias, Mariza, Fernando, Arthur, Davi, Mariana, Lourdes e Ricardo. Aniversário de 7 anos do Davi. 

E depois disso, o que mais posso dizer? Creio que um bom pedido seja: e que venham outros sessenta, como complemento para a minha melhor idade! Obrigado.

Poxoréu, MT, 25 de maio de 2018.

Izaias Resplandes de Sousa, agora sexagenário.

A hora do juízo

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